O .NET, uma das plataformas de desenvolvimento mais versáteis e amplamente adotadas no mundo, tem sido uma peça central no ecossistema de software da Microsoft desde o seu lançamento. Ao longo dos anos, ele evoluiu de um framework focado em aplicações Windows para uma plataforma moderna e unificada, capaz de suportar uma ampla gama de cenários, desde aplicativos web e móveis até microservices e soluções em nuvem. Desde o seu lançamento, ele passou por várias transformações significativas que moldaram a forma como desenvolvemos aplicações hoje. Neste artigo, vamos explorar as diferentes versões do .NET, com foco nas iterações mais recentes.
E onde entra o C# nesse contexto? O C# é uma linguagem de programação que trabalha em conjunto com o .NET. O C# e o O .NET têm sido uma dupla poderosa no mundo do desenvolvimento de software desde o início dos anos 2000. Enquanto o .NET fornece a infraestrutura necessária para a criação de aplicações robustas, o C# é a linguagem de programação que permite aos desenvolvedores construir essas aplicações de forma eficiente e segura. C# foi projetado especificamente para funcionar em conjunto com o .NET, aproveitando ao máximo as bibliotecas e o runtime oferecidos pela plataforma. Com o passar dos anos, à medida que o .NET evoluiu de um framework voltado para o Windows para uma plataforma unificada e multiplataforma, o C# também se aprimorou, adicionando novos recursos e capacidades que tornam o desenvolvimento mais produtivo e agradável.
O .NET se tornou uma das maiores comunidades open-source da Microsoft. A decisão de abrir o código do .NET atraiu uma enorme comunidade de desenvolvedores ao redor do mundo, que contribuem ativamente para a evolução da plataforma, tornando-a mais robusta e adaptada às necessidades reais do mercado.
Neste artigo, exploraremos a evolução do .NET em três grandes fases: o .NET Framework, o .NET Core, e o atual, .NET (unificado). Veremos como cada uma dessas fases contribuiu para a plataforma robusta e versátil que conhecemos hoje.
O .NET Framework foi introduzido pela Microsoft em 2002, como uma plataforma de desenvolvimento para construir aplicações Windows. Ele trouxe consigo o Common Language Runtime (CLR), que gerencia a execução do código, e o Framework Class Library (FCL), uma vasta coleção de classes reutilizáveis para desenvolvimento.
O .NET Framework foi revolucionário por permitir que desenvolvedores utilizassem diversas linguagens de programação como C#, VB.NET e F# em um ambiente coeso. Entre os principais recursos, destacam-se:
Windows Forms: Para criar aplicações desktop.
ASP.NET: Para desenvolvimento de aplicações web.
WPF (Windows Presentation Foundation): Para aplicações gráficas ricas.
WCF (Windows Communication Foundation): Para construção de serviços web.
Durante essa fase, o .NET Framework era conhecido pelas versões 1.0, 2.0, 3.0, 4.5 e encerrando na versão 4.6.
Por muitos anos, o .NET Framework foi a escolha principal para o desenvolvimento de aplicações no ecossistema Windows durante mais de uma década. No entanto, sua dependência do Windows e o modelo monolítico tornaram a necessidade de uma alternativa mais flexível e multiplataforma evidente, já que o .NET Framework não era capaz de trabalhar em ambientes como o Linux e MacOS
Em 2016, a Microsoft lançou o .NET Core, uma versão modular, open-source e multiplataforma do .NET. Diferente do .NET Framework, que era restrito ao Windows, o .NET Core foi projetado desde o início para rodar em Windows, Linux, e macOS, oferecendo uma flexibilidade inédita.
O .NET Core trouxe várias inovações:
Suporte multiplataforma: A mesma aplicação pode ser executada em diferentes sistemas operacionais.
Desempenho otimizado: Capaz de lidar com cargas de trabalho mais pesadas com menor uso de recursos.
Self-contained applications: Aplicações que incluem todas as dependências necessárias, eliminando a necessidade de pré-instalação do .NET.
Com o tempo, o .NET Core se tornou a escolha preferida para desenvolvimento de aplicações cloud-native e para microservices, especialmente devido ao seu suporte a containers e à integração com plataformas de nuvem como Azure, que se tornou bastante popular.
Mas essa fase foi a mais curta da Microsoft até hoje, durando apenas 3 anos. Nessa época o .NET Framework ainda existia e os desenvolvedores que trabalhavam em ambiente Windows se sentiram com dificuldade em usufruir das novas funcionalidades do .NET Core, sem abrir mão das funcionalidades legadas do .NET Framework. Era preciso unificar tudo em uma única plataforma de desenvolvimento.
Em 2020, a Microsoft deu mais um grande passo com o lançamento do .NET, marcando o início de uma nova era para a plataforma. O .NET unificou o .NET Core e o .NET Framework em uma única plataforma chamada simplesmente .NET. Esta mudança consolidou todas as funcionalidades e capacidades em um único ecossistema, eliminando a necessidade de escolher entre diferentes variantes.
As principais características do .NET unificado incluem:
.NET MAUI (Multi-platform App UI): Que permite que desenvolvedores criem aplicações para diferentes dispositivos e sistemas operacionais (Windows, macOS, iOS, Android) a partir de uma única base de código.
Blazor: Tecnologia desenvolvida para construir aplicações web interativas usando C# em vez de JavaScript
NET para Desenvolvimento de Jogos com Unity: Integração que permitiu que desenvolvedores de jogos tirem proveito do desempenho, da facilidade de uso e da vasta comunidade de C# e .NET para criar jogos 2D e 3D para várias plataformas.
Ciclo de lançamento anual: Cada nova versão do .NET é lançada anualmente, garantindo atualizações regulares e novos recursos.
LTS (Long-Term Support): Algumas versões de números pares, como o .NET 6, recebem suporte estendido, ideal para aplicações empresariais.
Inovações contínuas: O .NET continua a evoluir com melhorias no desempenho, novos recursos de linguagem como no C# 10, e suporte expandido para workloads em containers.
As versões mais recentes, como .NET 6, .NET 7 e o futuro .NET 8, continuam a construir sobre essa base unificada, focando em desempenho, segurança, e suporte a novas tecnologias emergentes, como o ML.NET e gRPC.
No diagram abaixo fica claro como funciona o LTS do .NET, que foi uma das novidades dessa unificação:
O .NET percorreu um longo caminho desde seu início como uma plataforma dedicada ao desenvolvimento de aplicações Windows até se tornar uma poderosa e versátil plataforma unificada, capaz de atender às demandas modernas de desenvolvimento. A evolução do .NET reflete as mudanças no panorama tecnológico, com uma ênfase crescente em flexibilidade, desempenho e capacidade de adaptação a novos cenários, como cloud computing, inteligência artificial, e desenvolvimento multiplataforma.
Hoje, o .NET oferece aos desenvolvedores um ecossistema completo e integrado, onde é possível construir aplicações para qualquer plataforma e propósito, utilizando uma única base de código. Seja no desenvolvimento de aplicações web, móveis, jogos, ou sistemas complexos em nuvem, o .NET se destaca como uma escolha robusta e eficiente.
Com isso, espero que este artigo tenha proporcionado uma compreensão clara da trajetória e da relevância do .NET no cenário atual. Se você tem alguma dúvida ou gostaria de compartilhar suas experiências com o .NET, fique à vontade para comentar.